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ID: 8

A vitória e as conquistas do povo de Israel

12/06/2009

Ezequiel 17.22-24

“Assim diz o SENHOR Deus: Também eu tomarei a ponta de um cedro e a plantarei; do principal dos seus ramos cortarei o renovo mais tenro e o plantarei sobre um monte alto e sublime. No monte alto de Israel, o plantarei, e produzirá ramos, dará frutos e se fará cedro excelente. Debaixo dele, habitarão animais de toda sorte, e à sombra dos seus ramos se aninharão aves de toda espécie. Saberão todas as árvores do campo que eu, o SENHOR, abati a árvore alta, elevei a baixa, sequei a árvore verde e fiz reverdecer a seca; eu, o SENHOR, o disse e o fiz.”

A história do povo de Israel não se construiu em grandes conquistas, em impérios continentais ou em algum tipo de domínio econômico ou étnico. Pelo contrário, se traduziu ao longo do tempo, nas mais amargas experiências de tribos nômades que se encontraram num vale fértil e ali se organizaram como nação e monarquia. Obviamente, todo processo de amadurecimento deste povo, outrora nômade, se deu por meio de conflitos territoriais na busca de um ambiente onde pudessem extrair da terra todo o alimento necessário, tanto na agricultura, quanto na pecuária. Esse processo de assentamento foi longo, assim como a estruturação de uma religião monoteísta que julgava ter recebido de Deus a terra onde “mana leite e mel”.

Acontece que esta terra passou a ser cobiçada pelas nações vizinhas e se constituiu palco de enumeras batalhas. Israel, após longo período de história e experiência, estruturou-se como monarquia e esta, alcançou seu auge na pessoa do Rei Davi e na sua descendência. Seu reinado era exemplo de riqueza e sucesso nas batalhas. Por outro lado, a economia monárquica serviu de berço para a discriminação das ides sociais, da valorização dos nobres comerciantes em detrimento dos empobrecidos agricultores e pastores de ovelha. Diante dessa realidade Ezequiel profere as palavras presentes no texto acima elucidado.

As palavras duras que Ezequiel profere denunciam uma política de boa vizinhança falida. Por volta de 597 a.C., Nabucodonosor derrota o Faraó egípcio Necao que havia subjulgado Judá, e leva o rei Jeconias como prisioneiro. No seu lugar deixa Sedecias, irmão de Jeconias, como rei vassalo, que jura eterna fidelidade à Babilônia. Em 588, no entanto, Sedecias quebra o juramento e Nabucodonosor, rei da Babilônia, não demora em vingar-se da traição, conquistando Jerusalém em definitivo no ano de 586 a.C. Diante destes fatos, ambos os reis, o Legítimo Jeconias e o vassalo Sedecias, encontram-se a caminho da morte junto aos exilados na babilônia. Com toda certeza um clima de desesperança instalou-se, ainda mais com as palavras duras que Ezequiel começou a proferir ao povo. No entanto, Ezequiel tem como objetivo desestruturar a esperança que se alimentava nas parcerias políticas com o Egito, e ainda mais, no juramento de Sedecias ao rei Nabucodonosor. Tais parcerias ferem a fé em Javé e a essência da descendência de Davi, a qual, ambos os reis pertencem. É compreensível a situação dos exilados. “O que será de nós agora? Sem nosso rei, estaremos sem a descendência de Davi!”

Algo semelhante nós vivemos nesta aurora de novos conflitos e crises mundiais, na incerteza de uma nova corrida armamentista, onde os norte-coreanos assumiram a imagem do “oriente ameaçador” que luta contra o sacro-império americano. Seria nova a conjuntura da corrida armamentista? Coréia se configura como ameaça para o mundo ocidental? Onde amparamos nossas esperanças? No poder bélico do império americano? É tempo de reavaliarmos nossa concepção de esperança. As palavras de Ezequiel nos ajudam nesta empreitada. Pois, elas são a conclusão daquilo que o povo já havia vivido e experimentado, da dor, do sofrimento e da distância da sua terra e do grande centro religioso de Jerusalém. Esta experiência de exílio fez com que Israel reavaliasse a estrutura da sua fé e da sua confiança. A história pertence a quem a orienta, a quem pode criar e destruir, a quem pode dar vida e tem autoridade para tirá-la. Neste sentido, a voz de Ezequiel torna-se cada vez mais atual, pois demonstra que não há regime de governo, não há estratégia de ação e não há guerra que possa assegurar a paz e a justiça. Os interesses humanos estão sempre voltados para o bem particular em detrimento do bem comum. Isto já era assim no antigo Israel, é assim hoje e sempre será.

Ezequiel, numa perspectiva atual, não nos deixa cair na ilusão ou na fantasia da “paz” americana. Pelo contrário, conclama à confiança no Deus que escreve e conduz a história, no Deus que pode dar vida aos galhos secos e fracos e pode derrubar as arvores mais viçosas. Nós, pessoas cristãs, acolhemos ainda, a leitura cristã das primeiras comunidades, que vêem em Jesus Cristo o novo broto descrito neste texto, o novo rebento que veio para nos oferecer a sua verdadeira paz e nos animar na busca esperançosa por dignidade humana e justiça. Amém.

P. Alan Scharle Schulz. Porto Velho – RO.


Autor(a): Alan Scharle Schulz
Âmbito: IECLB / Sinodo: Amazônia
Testamento: Antigo / Livro: Ezequiel / Capitulo: 17 / Versículo Inicial: 22 / Versículo Final: 24
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 10233

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