A justiça de Deus pode ser comparada com a história de um rei que era conhecido pela sua fama de ser justo. Em certa época havia em seu reinado uma grande onda de roubos. E para trazer novamente a ordem ao seu povo criou o seguinte decreto: “Aquele que for pego roubando será punido, açoitado diversas vezes para aprender a lição. A punição será aplicada em plena praça pública para servir de exemplo a todos”. Este decreto foi anunciado para todo o povo em seu reino. E com este severo decreto, sabendo da fama do rei por sua justiça, os roubos cessaram. Mas numa certa noite, os guardas reais apanharam alguém roubando no próprio palácio real. O rei ficou indignado com esta situação e foi logo tirar satisfações com a pessoa que havia cometido este ultraje. E quando viu quem era se assustou, pois era a sua própria mãe. O povo logo soube do ocorrido e curiosos se perguntaram: “Qual será a decisão do rei?”. Se o rei não cumprir a sentença, deixará de ser justo e ninguém mais o levará a sério. Mas, por outro lado, se cumprir a sentença é certo que a sua mãe não suportará tamanha dor e morrerá. Então passado aquela noite o dia se inicia. E pelo dia todos aguardavam em praça pública curiosos para saber qual será a atitude do rei perante esta situação. Ao meio dia o rei chega com a sua mãe cercado pelos seus guardas. E ao chegar ao meio da multidão, convicto afirma: “A lei será cumprida”. E tirando as suas vestes reais se coloca de joelhos e ordena que os guardas apliquem a sentença sobre ele. O rei cumpriu a lei tomando o lugar da sua mãe em receber a merecida punição.

A história do rei justo nos demonstra o que Deus fez por cada um de nós. Nós também merecemos a “punição” ou o castigo por causa das nossas injustiças. O pecado nos leva a transgredir as leis de Deus. Mas assim como a mãe na história, nós não conseguiríamos suportar o castigo que cairia sobre nós. Por isso, Deus toma o nosso lugar, deixando o seu trono real e vindo até nós por meio de Jesus Cristo: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.217). Jesus Cristo é o Rei Justo que não teve culpa alguma, mas que tomou sobre si todas as nossas iniqüidades. E por causa da sua justiça, fomos considerados justos perante Deus. Se o Rei Justo é fiel para com a lei e para com a justiça é ainda mais fiel para com o seu povo. Ele trouxe novamente a paz reconciliando o seu povo com Deus. Ele não cometeu injustiça, mas se tornou a própria injustiça em favor de todos nós. E pagando por nossas transgressões, não somente honra com a sua justiça, mas também salva o seu povo do severo abandono de Deus. Ser justo para este rei não é apenas pensar em fazer o que é certo, mas é ajudar aquele que esta no caminho errado a voltar para o caminho certo.

Daniel Schwartz