Bateu a crise. As empresas começaram a demitir. Geraldo perdeu seu emprego. À medida que o tempo passava, não conseguia uma nova colocação no mercado. Pior... Suas reservas financeiras estavam esgotando. Certo dia, a esposa Salete, olhando ao Pitú, cão da casa, disse: Cachorro-quente! Eu preparo o molho. Você vende. Começaremos aqui em frente à nossa casa. Assim fizeram. Na semana seguinte Geraldo sugeriu: A fábrica me demitiu, mas continuo tendo muito amigos lá. Vamos colocar nosso carrinho em frente ao portão. Tudo andava bem. Conseguiam manter a casa. Alguns meses depois, ouvindo muitas queixas do filho sobre a violência na saída da escola, resolveram colocar o carrinho em frente à escola. Assim Geraldo trabalhava e cuidava do seu filho. Seu cachorro-quente era o sucesso da garotada. Ele fazia questão de escolher o melhor pão da cidade. Corria longe pra buscar. Caprichava nos complementos, tudo de primeira linha. Salete lia até as letrinhas pequenas das embalagens procurando as salsichas mais saudáveis. Tudo feito no capricho com simpatia. Geraldo colocou anúncio na rádio. Volta e meia aparecia o sorteio-dog do Geraldo. As vendas aumentavam. Conseguiam assim sustentar a família. Melhoraram o equipamento. Ajeitaram a casa e o carro. Conseguiram colocar o filho em escola particular. O menino era um capricho. Após a conclusão do Ensino Médio foi estudar Economia na capital. Os pais mantinham seus estudos com a venda de cachorro-quente. Nas férias, o menino voltou pra casa e disse: Pai! A crise está aí. Os próximos anos serão bem difíceis. Se vocês quiserem se manter no ramo, vão precisar economizar. Geraldo começou a comprar um pão menor. Salete procurou salsichas mais baratas. Mantiveram os anúncios na rádio, mas acabaram com as promoções. As vendas diminuíram. Seu Geraldo mudou seu carrinho de volta a frente da antiga fábrica e disse à esposa: Bendita a hora em que eu fiz meu filho estudar Economia. Ele me avisou da crise! (Adaptado de Luiz Almeida Marins Filho).
Diz o Salmista: Aquele que teme ao Senhor não se atemoriza com as más notícias. O seu coração é firme, confiante no Senhor (112.7).
