Os símbolos representam algo que não podemos explicar só por meio das palavras. Eles falam mais do que as palavras. Por isso o símbolo contém algo de mistério. Quantas vezes sentimos algo no culto que não sabemos explicar? Esse é o mistério de Deus, que nos fala sem a gente saber como. Deus nos fala através da sua palavra, da música, dos sacramentos, de gestos como o da bênção, da imposição de mãos, do abraço da paz e de diversas outras formas.
Além da fala, do canto e dos gestos, Deus nos toca através de objetos simbólicos. A cruz, as estolas, as vestes litúrgicas, os vitrais, os paramentos são partes da simbologia litúrgica. Todos esses símbolos nos querem dizer algo da realidade de Deus. A cruz, por exemplo, nos fala da morte e da ressurreição de Cristo.
Para nós cristãos, a cruz tem sua origem no amor de Deus e para ele aponta. Na cruz, experimentamos o amor de Deus por nós. O amor de Deus, contudo, é maior do que a cruz pode expressar. O símbolo, portanto, não é simplesmente igual ao que ele representa; mas ele aponta para aquilo que quer representar.
Os símbolos litúrgicos são, geralmente, representados por imagens que lembram a história ou experiências da nossa fé. Entre os mais conhecidos podemos citar: o peixe, a espiga de trigo, a estrela, a cruz, a pomba, a coroa de rei e de espinhos, as letras gregas alfa e ômega, a manjedoura, a vela, o livro sagrado (a Bíblia), a videira, a ovelha, o barco, a água, o fogo, o sepulcro aberto, a luz. Esses e outros símbolos se originam quase todos da Bíblia. A videira, por exemplo, surge da palavra de Jesus Eu sou a videira, vós os ramos (Jo 15. 5).
Os símbolos não são peças que decoram o ambiente do culto, mas estão ali porque têm uma mensagem a transmitir. Lidar com símbolos não é tarefa simples: exige cuidado e sensibilidade. Um símbolo se torna importante para as pessoas à medida que ele recebe significado e valor para suas vidas, principalmente quando ele representa uma experiência marcante para as pessoas.
