Mariah...

03/03/2021

 

Voltando de uma consulta médica, Mariah disse aos seus familiares: Hoje, o doutor abriu o jogo. Ele me revelou que sou portadora de uma doença incurável. Tenho poucos meses de vida. Você nos conta isso com tanta naturalidade? Questionou a filha, começando a chorar. Com serenidade, a mãe continuou: Sou uma privilegiada! Sei qual e quando será o meu fim. Ainda restam alguns meses para fazer tudo que já devia ter feito há muito tempo atrás: Vou arrumar a minha casa, reformar o jardim e concluir o muro de uma vez. Quando estiver tirando o pó da casa, aproveitarei para me livrar das sujeiras no meu coração, as quais guardo do passado. Continuou: Ao organizar o meu guarda-roupas, deixarei somente o que ainda vou usar. O resto doarei a quem precisa. Evitarei assistir ou escutar más notícias. Quero alimentar o meu espírito com leituras saudáveis, conversas amigáveis, dispensarei fofocas e não criticarei mais ninguém. Pensarei naqueles que já me magoaram e, com sinceridade, os perdoarei. Todas as noites, ao deitar, agradecerei a Deus por cada novo dia que me resta. Todas as manhãs, ao acordar, perguntarei a mim mesma: O que posso fazer para tornar o dia de hoje um dia melhor? Todos que a ouviam, pouco a pouco, se retiravam, indo cada um para seu canto, chorar sozinho. Mesmo assim, havia um brilho de alegria nos olhos da Mariah que, no íntimo, dizia para si mesma: Não posso curar meu corpo, mas posso mudar a vida que me resta. Vale a pena todo e qualquer esforço. Serei uma pessoa totalmente diferente do que fui até hoje. Curioso foi o que aconteceu. Após a notícia dada aos familiares, ela conseguiu cumprir plenamente todos os compromissos que tinha assumido. Dos poucos meses de vida que lhe restavam, viveu por mais 23 anos. O câncer estagnou. Mariah morreu de velhice. A história é verídica. Pergunto-me: Será que não está na hora da gente repensar nossos projetos. Quem sabe colocar metas mais desafiadoras, mas que sejam possíveis de atingir. Na verdade, tudo é muito simples. Muitas vezes é a gente mesmo que complica as coisas. Porque?


Autor(a): P. Euclécio Schieck
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Garuva-SC (Martinho Lutero)
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 61337
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A vida cristã não consiste em sermos piedosos, mas em nos tornarmos piedosos. Não em sermos saudáveis, mas em sermos curados. Não importa o ser, mas o tornar-se. A vida cristã não é descanso, mas um constante exercitar-se.
Martim Lutero
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