Volta e meia, umas 3 vezes ao ano nos juntamos pra passar a tarde com um tema, muitos abraços e partilha do café. Mulheres que trabalham na roça, em casa, no comércio, na escola ou autônomas... não pode faltar uma folha de hinos pra cantar, um bolo caseiro caprichado no recheio, flores, espaço pra dinâmicas que soltem o corpo e um local especial pra tirar muitas fotos! Muitas fotos mesmo!!! Percebi que mesmo com inúmeros celulares por toda parte na família, não recebem esse incentivo de se olhar, tirar uma foto sem ligar para a idade. Ali estamos juntas em confiança e espontaneidade. É muito lindo esse momento no encontro, eu fico observando encantada...
O tema do encontro foi transformação, sair do casulo… voar sempre com audácia e coragem pelos jardins da vida. Ter coragem de romper tudo que vem tirar a alegria das mulheres. Chega de tudo isso que nos adoece e faz tomarmos tantos antidepressivos!
Garimpando como sempre na Bíblia por mulheres, Loide e Eunice (1Timoteo 1. 5) nos ajudaram a valorizar nossa fé inabalável que nos fortalece de geração em geração. A fé que transforma! Já não somos as mesmas de outrora. Ruah nos movimenta e nos dá asas!
Para o povo Apurinã, povo indígena no Alto Purus, as borboletas indicam que o ecossistema está equilibrado, é sustentável pois está num ritmo de revitalização. E nós sabemos que no jardim que tem borboletas tem abelhas, tem vida, tem cores, cheiros e sabores. Símbolo de transformação, ressurreição, mudança, metamorfose ambulante!
Fizemos uma vivência que nos tocou a alma...fechamos os olhos e com um auto abraço nos imaginamos dentro de um casulo… sentimos aquele processo demorado e fechado em nós mesmas, e aos poucos a vida dentro do casulo quando as asas começam a crescer e crescer... e chega a hora de romper, abrir, abrir mais e mais até que as asas se libertem totalmente e vamos voar!!! A liberdade é subversiva e nos faz sonhar, viver sem medo e sem conter nossas falas, nossas dores! Foi uma tarde de borboletas ouvindo borboletas, borboletas ajudando borboletas a voar! Dançamos a dança da vida que promete voos cheios de liberdade e justiça pra todas nós!
Cada uma ganhou uma Borboleta com imã pra colocar num lugar e lembrar todos os dias que tem asas e opinião própria! Ganhamos também uma caixa colorida artesanal pra colocar nossa garrafinha de água, cuidar da saúde sinônimo de amor próprio e autocuidado!
Cantamos dançando e abraçando aquela canção que as crianças nos ensinam a brincar:
“Voa voa Borboleta
Voa voa pelo ar!
Busque logo uma companheira
Pra contigo passear!”
Fotos: Marlene Schulz
