Jornal Evangélico Luterano

Ano 2017 | número 802

Quinta-feira, 28 de Março de 2024

Porto Alegre / RS - 17:09

Gratidão

Fé, Gratidão e Compromisso

Era costume dos Pastores motivar a coleta do Culto Dominical com a citação de uma passagem bíblica. Uma das passagens mais utilizadas era a recomendação da epístola aos Hebreus 13.16: Não negligencieis igualmente a prática do bem e a mútua cooperação, pois com tais sacrifícios Deus se compraz.

Esta palavra, sempre de novo repetida, interpretou a contribuição e a coleta na Igreja. De um lado, a contribuição era vista como sendo o ‘fazer o bem e a mútua cooperação’ e, por outro, foi entendida como sacrifício. Na Língua Alemã, a coleta era denominada Opfer ou Opfergeld (sacrifício ou dinheiro de sacrifício). Já um antigo Regulamento Eclesiástico da época da Reforma, elaborado, em 1535, por Johannes Bugenhaben, amigo de Lutero, prescrevia que quatro vezes por ano devia ser recolhido o Opferpfennig (centavo de sacrifício). Assim como a expressão sacrifício foi assimilada e transmitida de geração em geração ao longo dos séculos, também outros aspectos, costumes e formas de recolhimento da coleta e da contribuição chegaram até nós e nos influenciaram.

O Novo Testamento tem muitas referências sobre a contribuição das primeiras Comunidades. Judas foi o Tesoureiro do grupo de discípulos de Jesus, pois dele fala o Evangelho de João (13.29), dizendo: Judas tinha a bolsa. Assim como os discípulos de Jesus, também a primeira Comunidade em Jerusalém tinha a sua organização administrativa e financeira, que foi implantada quando surgiram descontentamentos e problemas. Foi instituído o grupo dos sete Diáconos, que pode ser descrito como a primeira comissão de finanças da história da Igreja. A contribuição era voluntária, consequência da postura que os primeiros cristãos tinham: Ninguém considerava exclusivamente sua nenhuma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum (Atos 4.32). Quando aconteceu a crise na Comunidade de Jerusalém e ela empobreceu, foram realizadas coletas em muitas Comunidades. Os capítulos 8 e 9 da segunda epístola aos Coríntios são um testemunho valioso sobre conceitos de contribuição, sendo que a motivação maior para a contribuição é a afirmação Deus ama a quem dá com alegria (2Cor 9.7).

Nos primeiros séculos, na medida em que as Comunidades foram surgindo e crescendo, fez-se necessário o estabelecimento de regras mais claras para a administração das mesmas.

Assim encontramos, além das ofertas voluntárias, os princípios vindos do Antigo Testamento: os primeiros frutos e o dízimo, além do costume de doar bens ou propriedades à Igreja. Parcialmente e por um período de tempo limitado, as receitas eram divididas em três partes iguais: 1/3 para os pobres, 1/3 para a missão e 1/3 para a administração da Comunidade. Mais tarde, esta divisão foi modificada, destinando-se 1/4 da receita para os pobres, para a missão, para a administração da Comunidade e para o Bispo, isto é, para a administração regional da igreja.

Na Idade Média, grande variedade de métodos de arrecadação financeira foi introduzida. Na medida em que a Igreja crescia, cresciam também as suas necessidades financeiras. Assim surgiram, além dos métodos anteriores, os subsídios, os tributos eclesiásticos, os espólios de sacerdotes falecidos para a Igreja, os primeiros frutos da vacância, as receitas do primeiro ano de um novo Pároco destinadas ao Bispo, as taxas papais, o centavo de São Pedro, o dízimo do Clero, a taxa apostólica, a procuração e a taxa de visitação. 

Parte 1/2 da palestra proferida durante o Fórum Nacional Fé, Gratidão e Compromisso (junho/2005, em Rodeio12/SC)

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