Cuidado com a Criação



ID: 2691

Encontro anual do CAPA fala de "Etnosustentabilidade"

13/12/2004

O Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor – Capa realizou seu encontro anual temático de 22 a 26 de novembro em São Lourenço do Sul, RS, reunindo cerca de 120 pessoas, entre técnicos e agricultores dos cinco núcleos. O evento enfocou o tema “Etnosustentabiblidade” e buscou estabelecer o debate em torno do mesmo, além da troca de experiências entre os núcleos, que atendem o sul do Brasil: Pelotas e Santa Cruz do Sul (RS), Erexim (RS e SC), Verê e Marechal Cândido Rondon (PR). Com uma programação dinâmica, o encontro mostrou um pouco da diversidade étnica presente no público atendido pelo Capa, pois nos últimos anos o trabalho com diferentes etnias tornou-se prioridade para a entidade. 

Os trabalhos iniciaram-se depois da apresentação de um grupo formado por crianças indígenas, da Aldeia Coxilha da Cruz – Barra do Ribeiro, que cantou músicas da cultura Guarani. As letras falavam da preservação da cultura, do respeito aos mais velhos e também da aldeia em que vivem, que é Tekoa Porá – um lugar bonito, conforme explicou o cacique Artur Souza.

Após a apresentação dos Guaranis, o zootecnista ligado ao núcleo Erexim, José Manuel Ballivián, abordou Etnosustentabilidade a partir da visão do Capa. Ele disse que não se pode entrar em contato com outra cultura sem fazer uma avaliação global da mesma. De acordo com Ballivián, é preciso observar os aspectos econômico, ambiental e sócio-cultural como partes que possuem ligação direta. “As universidades departamentalizaram o conhecimento. Houve muitos avanços tecnológicos, mas perdeu-se a visão global”, disse.

VISITAS

No dia 24, quarta-feira, o dia foi de visitas em cooperativas e em uma das comunidades quilombolas atendidas pelo Capa, a Cooperativa Mista dos Agricultores da Região Sul – Coopar e o Quilombo do Torrão (8º Distrito), em São Lourenço do Sul. A outra entidade parceira do Capa apresentada na COOPAR foi a União das Associações Comunitárias do Interior de Canguçu (UNAIC).

Durante as visitas, foram oferecidos alimentos típicos das etnias presentes na região. Na terça (23) houve almoço com a culinária portuguesa, preparado pelos pescadores artesanais da Colônia Z-3 e na quarta o almoço foi com a culinária dos pomeranos.

CULTURA AFRO

Para mostrar um pouco mais da cultura afro, a programação da noite teve apresentações de grupos locais de dança, teatro e capoeira. As apresentações sempre vinham com o enfoque histórico do que cada uma significava. “Esse espaço de diferentes pessoas e etnias expressa o desejo de respeito pelas diferenças que buscamos”, comentou o agente cultural do núcleo Pelotas, Daniel Roberto Soares.

AVALIAÇÃO

No final do evento foi elaborada uma carta com o posicionamento do Capa sobre o tema Etnosustentabilidade. De acordo com a “Carta de São Lourenço”, o Capa “afirma a necessidade de uma reaproximação com culturas tradicionais – indígenas e não-indígenas, buscando em primeiro lugar escutar e aprender com estas culturas de resistência, reconhecendo os seus saberes e tradições.” Quando adequado, deve também traduzir e adequar tais saberes para a realidade atual, respeitando os ritmos e processos de cada grupo.

QUEM É O CAPA

O Capa é uma organização não governamental criada pela Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) num momento em que a agricultura familiar enfrentava um momento crítico.

Mesmo com todas as restrições dos governos militares, a IECLB decidiu criar um serviço que olhasse o futuro dos pequenos agricultores brasileiros. Desde então, os núcleos do Capa conquistaram um lugar importante, tornando-se fundamentais nas regiões onde atuam como defensores e propagadores de um projeto alternativo de desenvolvimento rural.

Em 2003, o Capa completou 25 anos de atuação e de serviço, celebrando o fruto do seu trabalho: 3.011 agricultores organizados em 11 cooperativas, 102 grupos e associações de produção de alimentos ecológicos e 47 grupos de saúde alternativa e alimentação integral. Além disso, estão instaladas 13 agroindústrias comunitárias e uma UBS - Unidade de Beneficiamento de Sementes Varietais e Crioulas – a única deste tipo no Brasil.

Fonte: Daniel Hammes, jornalista
 


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