Igreja e Sociedade



ID: 2797

Tempo para refletir a paz do mundo

Artigo

01/10/2004

Além de ser o dia da árvore, 21 de setembro também foi designado pela ONU como o Dia Internacional da Paz. Quem não aproveitou aquele dia para refletir sobre a paz, pode fazê-lo agora.

Dou algumas dicas: em primeiro lugar, é bom lembrar que quem age em favor da paz não está só. Embora os meios de comunicação não divulguem, existem milhares de iniciativas no mundo todo (e também no Brasil), que estão ensaiando a resolução não-violenta dos conflitos. Os defensores da violência contam com a colaboração da mídia para divulgar uma cultura da violência.

Passam a impressão de que as coisas são assim mesmo e que não nos resta outra alternativa a não ser resignar e aceitar. O movimento por uma cultura da paz mostra que a realidade é bem outra. Em muitos lares o pai e a mãe fazem um pacto pela não-violência ativa. Decidem não bater nos filhos/as, não agredir física ou moralmente uns aos outros. Não deixam de ter suas opiniões próprias, de brigar por suas vontades ou preferências, mas aprendem a negociar respeitando os direitos humanos, a saúde, o meio ambiente. Em muitas escolas, grupos de alunos/as se reúnem para elaborar planos de ação solidária com entidades assistências e também para organizar campanhas em favor das vitimas da violência no Brasil e no mundo. Por exemplo, no Instituto Bom Jesus/IELUSC, no dia 21 de setembro foi feito um ato em favor da paz. Neste ato foram lembradas as milhares pessoas mutiladas por minas terrestres no mundo todo.

Ainda existem 110 milhões de minas terrestres espalhadas por campos e lavouras de 70 países do mundo, que a qualquer hora podem ser acionadas involuntariamente por alguém. Como alguns países poderosos ainda não assinaram a Convenção para o Banimento de Minas Terrestres, foi feito um abaixo assinado a ser enviado ao presidente Lula pedindo que pressione estes países a assinar a Convenção. Mas, existem ainda muitos outros grupos civis e ligados a Igrejas que fazem a opção pela via pacífica de resolver conflitos. Basta dar uma olhada e a gente vai enxergar. Não estamos sós. Tem muita gente nesta caminhada.

Em segundo lugar, gostaria de lembrar que a paz não é algo de que a gente se apropria. Tem muita gente que pensa que precisa primeiro ter a paz individualmente para depois agir pela paz. A paz é um movimento do qual a gente participa. Por isto também é sempre um processo comunitário, coletivo. A gente nunca vai estar completamente pronto para então começar a agir. Sempre a gente tem algo mais a aprender, sempre tem uma fórmula a mais que pode ser usada para controlar os impulsos e direcioná-los para o bem e a fraternidade.

Em terceiro lugar, a violência não é natural. Este ponto é fundamental. A natureza humana não vem programada para agir com violência. Não estamos condenados geneticamente para isso. A violência é aprendida nas relações que vamos estabelecendo desde o nascimento. Por isso, se aprendemos, também podemos desaprender. É claro que isto não acontece de uma hora para a outra. Mas, quanto mais a gente fala sobre isto, mais vai identificando o quanto há de violência na nossa vida e tanto mais a gente se qualifica para superá-la, para substituir os atos violentos por ações pacíficas.

Celebrem o dia Internacional da Paz ainda hoje. Reúnam pessoas amigas, conversem, decidam fazer a caminhada da violência à integridade. O Mestre de todos os mestres já está caminhando à nossa frente, ao nosso lado e nos olha com carinho e esperança desde o passado. Andando na paz, andamos com ele!

Carlos Musskopf
pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
em Joinville - SC
Diosece Informa - 10/2004 


Autor(a): Carlos Musskopf
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense
Área: Missão / Nível: Missão - Sociedade
Natureza do Texto: Artigo
ID: 8673

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