Igreja e Sociedade



ID: 2797

Religião é ator protagonista na constituição do espaço democrático

Três professores da EST integram comitês voltados a discutir o papel da religião na sociedade atual

03/04/2014

Na semana em que se recordam os 50 anos do golpe que instituiu a ditadura militar no Brasil, a Faculdades EST comemora a participação de três professores vinculados a comitês nacionais e estaduais que trabalham em prol da garantia dos direitos humanos.

A participação do reitor Dr. Oneide Bobsin, a convite do Governado do Estado, na Comissão Estadual da Verdade revela a compreensão de setores governamentais em relação às contribuições éticas de uma igreja e de uma teologia engajados aos temas sociais contemporâneos.

“De fato, a teologia e a igreja têm algo a dizer para além de seus espaços internos, pois a dignidade humana não é uma concessão dos poderes e das instituições, mas acima de tudo uma graça de Deus”, disse Bobsin.

O reitor recordou que, durante o período ditatorial que assolou o país, pessoas foram mortas, torturadas e exiladas sob o comando de governos ilegítimos. “Ouvir a dor destas pessoas ou de seus parentes e exigir que os responsáveis por esses atos bárbaros sejam levados aos tribunais é um assunto que diz respeito a todos nós”, reiterou.

Representante da EST no Comitê Estadual de Diversidade Religiosa e no Comitê Estadual de Educação em Direitos Humanos, o Prof. Dr. Valério Schaper ressaltou que a religião representa um ator importante para a constituição do espaço democrático, tendo decisiva contribuição a oferecer para que seja estabelecida uma boa convivência entre as diversas tradições.

“O Estado laico não diz respeito à ausência da participação das religiões, mas ao regramento dessa participação através de parâmetros democráticos”, ensinou.

Na avaliação de Schaper, a participação de teólogos nesses comitês empresta à democracia uma dimensão nova, considerando que historicamente sempre se pensou na democracia como o espaço comum dos interesses secularizados e, portanto, distantes do âmbito religioso.

Membro do Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa, o Prof. Dr. André Musskopf enfatizou que ao mesmo tempo em que as religiões têm atuado de forma decisiva para a garantia dos direitos humanos, há casos de violação desses mesmos direitos por parte das próprias religiões. “Basta a gente acompanhar os casos recorrentes de perseguição a integrantes de religiões de matriz africana”, assinalou.

Segundo Musskopf, cabe ao Estado dialogar com as distintas tradições religiosas, na medida em que o seu papel é justamente garantir o respeito ao pluralismo religioso. “A ideia de um comitê vinculado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República tem como objetivo realizar esse diálogo tanto de maneira a promover o respeito à diversidade religiosa, quanto de envolver as diferentes igrejas na defesa dos direitos humanos de forma ampla e democrática”.

Como teólogo, assinalou Musskopf, “entendo que a teologia tem uma contribuição fundamental a oferecer na medida em que não se ocupa apenas em analisar as diferentes religiões, mas ajuda a traduzir em termos teológicos e religiosos as pautas emergentes no âmbito dos direitos humanos”.

No último 10 de dezembro, dia em que se comemorou os 65 anos de adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a EST foi homenageada com o Prêmio Estadual de Direitos Humanos por sua atuação em torno das questões de gênero, dos povos indígenas e da negritude.

Jornalista responsável: Micael Vier Behs
 


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