Igreja e Sociedade



ID: 2797

IECLB divulga carta conjunta no Dia Mundial de Combate à AIDS

01/12/2008

Elaborada durante o I Seminário Aids e Religião, realizado em Porto Alegre nos dias 29 a 31 de outubro, a Carta do Estado do Rio Grande do Sul, assinada por inúmeras representações religiosas que participaram do encontro, está sendo compartilhada e divulgada pela IECLB. O seminário, promovido pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, buscou iniciar um processo de reflexão com diferentes igrejas para a promoção de um diálogo que contribua com as ações de educação e prevenção na superação do estigma, preconceito e da discriminação relacionadas à Aids.

A carta também foi encaminhada para o Conselho Estadual de Saúde com o objetivo de pautar o tema da importância das diversas matrizes religiosas nas políticas de saúde. A carta recomenda anda cada município discuta o tema nos conselhos junto aos gestores locais.

Dados atuais apontam que 7 mil e 500 pessoas são infectadas diariamente pelo vírus HIV no mundo. A médica da Seção de DST/Aids da Secretaria Estadual da Saúde/RS, Maria Letícia Ikeda, que participou do seminário, salientou o aumento proporcional da doença nos municípios do interior do estado. Porém, a Região Metropolitana da Capital e as cidades portuárias e de fronteira, onde existe grande fluxo de pessoas e prostituição, ainda seguem na frente.”


Carta do Estado do Rio Grande do Sul

Reunidos(as) em Porto Alegre, em outubro de 2008, no Seminário Aids e Religião do Rio Grande do Sul, promovido pela Seção de Controle das DST/Aids da Secretaria de Saúde do Estado,

NÓS
Integrantes de diversas matrizes religiosas;

NÓS
Profissionais de saúde;

NÓS
Ativistas das organizações não governamentais de luta contra a Aids;

NÓS
Pessoas vivendo com HIV/Aids;

SAUDAMOS esta iniciativa, com três dias de estudos e debates que nos mostraram desafios e caminhos a seguir na construção de respostas das religiões à Aids, buscando sintonia entre os valores das tradições religiosas e os princípios que orientam a política pública de saúde, em especial os princípios do Sistema Único de Saúde - SUS.

EM COMUM ACORDO, estabelecemos as iniciativas abaixo para construir uma resposta à Aids inclusiva e solidária:

AMPLIAR os canais de diálogo respeitoso entre as tradições religiosas, os(as) profissionais de saúde pública, os(as) integrantes das ONGS/Aids e as pessoas vivendo com HIV/Aids na promoção do cuidado integral ao(a) portador(a) do HIV/Aids.

CONSTRUIR estratégias de prevenção à Aids dirigidas a toda a sociedade e a grupos vulneráveis específicos, a partir dos valores de cada tradição religiosa, dos princípios dos direitos humanos e dos conhecimentos científicos disponíveis.

PROMOVER momentos de formação e estudo acerca da Aids, da sexualidade e estruturação do SUS, reunindo representantes das diversas matrizes religiosas, dos(das) profissionais de saúde, das ONGS/Aids e das pessoas vivendo com HIV/Aids, que permitam maior capacitação para o enfrentamento da epidemia.

FORMAR agentes multiplicadores entre as pessoas vinculadas às diferentes matrizes religiosas.

ELABORAR materiais que abordem a questão da Aids em linguagem apropriada a cada tradição religiosa.

NOS COMPROMETEMOS firmemente a sensibilizar os membros das nossas tradições religiosas, nossos(as) colegas profissionais de saúde, nossos(as) companheiros(as) das ONGS/Aids e pessoas vivendo com HIV/Aids para a importância das questões de ordem espiritual e do pertencimento religioso na prevenção da Aids e no cuidado ao indivíduo soropositivo.

DE MODO PRÁTICO E CONCRETO, consideramos fundamental:

1) a criação, a partir da comissão organizadora deste Seminário, de um grupo de trabalho Aids e Religião, com participação de representantes das matrizes religiosas, dos gestores(as) de saúde, das organizações não governamentais que trabalham com a temática e das pessoas vivendo com HIV/Aids.

2) a estruturação de uma rede estadual de pessoas e instituições engajadas na construção do diálogo inter-religioso acerca da Aids e dos temas ligados à sexualidade.

3) a realização de eventos no tema Aids e religiões em municípios pólo do Rio Grande do Sul, ao longo do ano de 2009.

4) a realização do 2º Seminário Aids e Religião do Rio Grande do Sul no ano de 2010.

5) a publicação do conjunto das contribuições e reflexões por nós elaboradas neste Seminário.

6) a inclusão de ações e metas que dêem conta do tema Aids e Religião nos planejamentos de municípios e do Estado do Rio Grande do Sul, com o apoio do PN-DST/Aids.

7) o mapeamento das ações que as diversas matrizes religiosas já estão realizando no estado do Rio Grande do Sul na prevenção e no apoio ao individuo com HIV/Aids.

Mais importante do que nossas diferenças de crença e de tradição religiosa, afirmamos que nos une a luta em favor da qualidade de vida para todas as pessoas.

REAFIRMAMOS que A VIDA É MAIS FORTE QUE A AIDS.

DECIDIMOS encaminhar a presente carta ao Conselho Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul, para que paute o tema da importância das diversas matrizes religiosas nas políticas de saúde, em uma de suas reuniões. Estimulamos que em cada município, do mesmo modo, se possa discutir o tema nos conselhos locais e junto aos gestores.

 


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