Diversidade étnica



ID: 2907

IECLB celebra 50 anos de missão entre povos indígenas

27/05/2011

Pastor presidente Nestor Friedrich (D) destacou a paixão com que ministros e ministras se dedicam ao trabalho da missão indígena
Dorvalino, Rosalina, Ronaldo, Hans e Pastor Nestor
Bessa Freire assessorou o Seminário do Comin sobre %u201CEducação e Povos Indígenas%u201D
Roberto Zwetsch deu a prédica no culto dos 50 anos da missão indígena da IECLB
Da esq.: Carlos Bock, Edson Streck, Altemir Labes e Hans Trein
Livro jubilar foi lançado no XXVII Concílio da IECLB
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Março de 1961. A IECLB (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil) assume um novo e grande desafio: o trabalho de missão com os povos indígenas. Desde 1982 sob a coordenação do Comin (Conselho de Missão entre Indígenas da Igreja), essa missão continuou a sua trajetória graças ao desafio assumido por significativo número de obreiros e obreiras da IECLB e de igrejas parceiras do exterior, nos diferentes campos de trabalho do Comin.

Os 50 anos de missão continuada da IECLB entre indígenas no Brasil foram celebrados em três ocasiões especiais:

• No 27º Concílio da Igreja, em Foz do Iguaçu (PR), de 20 a 24 de outubro de 2010 – com o lançamento do livro “Uma ponte entre mundos – Missão da IECLB entre indígenas”;

• No culto na Faculdades EST no dia 20 de abril, durante a Semana dos Povos Indígenas deste ano;

• No Seminário do Comin sobre “Educação e Povos Indígenas”, assessorado pelo professor José Ribamar Bessa Freire, em São Leopoldo, dias 16 e 17 de maio.

Na celebração no dia 17 de maio, o pastor presidente Dr. Nestor Friedrich manifestou a gratidão da IECLB a Deus e a todos os ministros e às ministras do Brasil e do exterior, destacando a paixão com que se dedicaram a esse trabalho missionário nesses 50 anos. “É um desafio muito grande essa luta para que a justiça seja feita com essas minorias injustiçadas, e o Comin tem ajudado a IECLB nesta sua missão”, salientou o pastor presidente.

Nesse processo dos 50 anos de trabalho da IECLB junto aos povos indígenas, Friedrich destaca o resgate da língua e da cultura indígena dos diferentes povos com que se vem trabalhando e o respeito para com essas culturas. Menciona também como importante contribuição do Comin o vasto material produzido para a Semana dos Povos Indígenas e que vem sendo usado em muitas escolas, exemplo concreto da preservação da história.

O pastor presidente citou ainda a frase de Jesus em João 10.10: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”, rogando a Deus que ele ajude a IECLB em sua missão também junto aos povos indígenas.

”Todos nós aprendemos muito com os povos indígenas, sobretudo, que o trabalho não pode ser de uma via só. O trabalho do Comin desde sempre foi de duas vias” (acompanhar solidariamente e aprender), mencionou o coordenador do Comin, pastor Hans Trein.

Antes de iniciar sua fala, Ronaldo da Silva, Guarani de São Francisco do Sul (SC), se acocou e acendeu seu cachimbo, um ritual para pedir a Deus que lhe abrisse o caminho e lhe desse as palavras certas para aquele momento de celebração – explicou depois. Falou primeiro em guarani e, depois, em português, agradeceu pelo que vivenciou nesse seminário. Relatou sobre seus contatos com a Funai, com o governo de Santa Catarina e a prefeitura de São Francisco do Sul, numa insistente cobrança dos direitos indígenas. “Para mim, é muito importante essa possibilidade do trabalho em conjunto com o Comin, com a Igreja”, disse Ronaldo. Ele também deixou um recado: “as pessoas precisam entender que o índio luta muito por seus direitos”. Ronaldo entregou ao pastor presidente uma corujinha entalhada em madeira, lembrando que a coruja é o símbolo do povo Guarani.

Rosalina Aires de Paula, Kaingang da Aldeia Por Fi, de São Leopoldo, manifestou-se grata pela oportunidade de participar do seminário. “Aprendemos com o grupo e vocês aprendem conosco”, observou. Salientou que o Comin tem ajudado muito o povo Kaingang em seus projetos no espaço urbano, que busca sua subsistência com a venda de artesanato. Já que a natureza, a “mãe-terra”, com suas matas, árvores e rios foram destruídos, os animais e peixes praticamente exterminados, o único meio de sobrevivência é o artesanato, lamenta. Rosalina agradeceu ao Comin por estar ao lado dos indígenas. “Nesses 50 anos, juntos temos enfrentado muitas coisas. Junto conseguimos as coisas...”, testemunhou.

Primeiro em kaingang, depois em português, Rosalina brindou os presentes com a música “Vamos voltando, vamos voltando com alegria...; Não fique triste...”. Logo, todos a acompanharam no canto. Por fim, entregou um grande cesto ao pastor presidente.

Também integrante da aldeia Kaingang de São Leopoldo, Dorvalino Cardoso – aluno do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul –, fez um breve retrospecto de anos atrás, e falou da dificuldade de entendimento que havia no passado entre os Kaingang com igrejas e escolas. “Hoje estamos nos entendendo bem”, assegurou, lembrando que conhece o Comin desde 1992.

CULTO NA EST – A celebração de culto na Faculdades EST, no dia 20 de abril, contou também com a presença de parceiros do Comin, como os pastores sinodais Altemir Labes – Sínodo Nordeste Gaúcho – e Edson Streck – Sínodo Rio dos Sinos – e do secretário executivo da Fundação Luterana de Diaconia, Carlos Gilberto Bock. Hans Trein compartilhou aspectos da história da missão indígena na IECLB e apresentou projetos futuros. A prédica esteve a cargo do pastor Roberto Zwetsch, professor da EST.

Texto e fotos: Ingelore Starke Koch

 


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