Pastores dos Sínodos Vale do Taquari, com sede em Teutônia, e Nordeste Gaúcho, sediada em Estância Velha, e padres da Diocese de Montenegro reuniram-se na manhã do dia 14 para discutir os desafios do ecumenismo. O encontro foi promovido na sede do Sínodo Vale do Taquari, Bairro Centro Administrativo - Teutônia.
A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e a Igreja Católica já vêm promovendo o ecumenismo. Aproveitando a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, pastores e padres debateram alternativas para promover a união das igrejas. Participaram ainda do encontro o bispo da Diocese de Montenegro, Dom Paulo Antonio De Conto, e os pastores sinodais Marcos Bechert, do Sínodo Vale do Taquari, e Altemir Labes, do Sínodo Nordeste Gaúcho.
Conforme o vice-pastor sinodal do Sínodo Vale do Taquari, Leonídio Gaede, o encontro segue orientação do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic). O objetivo é cultivar o que temos em comum como igreja cristã no Brasil. A Igreja Católica e a IECLB têm esse propósito de unir, pois temos muitos pontos em comum, observa.
Palestra
Durante o encontro, o teólogo doutor Rudolf von Sinner, nascido na Suíça e atualmente é pró-reitor de Pós Graduação e Pesquisa das Faculdades EST, de São Leopoldo, falou sobre os desafios da sociedade para a missão e o ecumenismo.
O palestrante salientou que é preciso trabalhar de forma unida. Nós temos hoje uma situação onde praticamente a cada dia são criadas igrejas novas. Com isso, há uma mobilidade muito grande entre essas igrejas sem que haja nenhum diálogo, porque cada acha que a sua igreja é a mais verdadeira, a mais correta. Entretanto, todas elas invocam o nome de Cristo, do Espírito Santo, de Deus e usam a mesma bíblia. Então há uma contradição. Por um lado se tem o mesmo Cristo, por outro se trabalha como se as igrejas fossem ilhas separadas. Isso tem um desdobramento não somente para a religião, mas também na convivência. O ecumenismo se propõe a estabelecer esse diálogo a partir da crença em comum em Cristo. Isso também deve nos incentivar a colaborarmos, inclusive, em questões sociais nos bairros, em projetos, entre outro. Se tem uma gama de aspectos que é importante a partir da fé, mas que se desdobra também na prática cotidiana, afirmou.
Von Sinner ainda frisou que o pluralismo religioso pressupõe um Estado laico, liberdade religiosa como direito fundamental da cidadania, a isonomia quanto às religiões e uma definição ampla do que é para ser religião. O quadro brasileiro atual é preocupante, pois se tem muitos conflitos. O discurso competitivo de algumas igrejas despreza, rejeita e até combate outras religiões e desestimula o diálogo, salientou.
