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Publicação traz histórias transformadoras de projetos de lutas, resistências e mudanças

22/10/2020


Na tarde do dia 22 de outubro aconteceu o evento de lançamento da publicação Travessias Transformadoras no Programa de Pequenos Projetos da Fundação Luterana de Diaconia (FLD). O encontro reuniu virtualmente representantes de projetos apoiados nos últimos anos e pessoas que acompanham a caminhada da FLD, sendo um espaço de partilhas de histórias e experiências.

A publicação traz uma retrospectiva histórica do Programa, lança um olhar sobre sua metodologia e dá destaque às principais ações e mudanças desenvolvidas pelos 182 projetos apoiados entre 2017 e 2019. Segundo Julia Witt, assessora de projetos da FLD que mediou o encontro, as iniciativas foram apoiadas nas cinco regiões brasileiras nesse período.

“O Programa de Pequenos Projetos (PPP) atua no apoio e acompanhamento a grupos, coletivos, instituições diaconais, redes, movimentos sociais e organizações da sociedade civil, com foco na defesa de direitos, justiça de gênero, ações diaconais, justiça socioambiental, justiça econômica e ajuda humanitária. Ao longo desses 20 anos (celebrados em 2020), muitas travessias transformadoras têm sido traçadas com o protagonismo e a ação de milhares de pessoas.”

Eloí Siegert Peter, presidenta da diretoria da FLD-COMIN-CAPA, considerou o lançamento como um momento ímpar, por retratar a diversidade dos públicos envolvidos. “Os relatos e as falas de diferentes lugares do Brasil foram carregados de muita emoção, demonstrando a potência do PPP nesses territórios, a diaconia profética acontecendo e fortalecendo o protagonismo de quem vive em sofrimento. Foi um momento de escuta das gentes sofridas e excluídas, um momento de conhecer e reconhecer o trabalho e a rede que a FLD mobiliza em todo o Brasil como braço diaconal da igreja.”

A Pastora Cibele Kuss, secretária executiva da FLD-COMIN-CAPA, relembrou a trajetória do PPP desde o Serviço de Projetos de Desenvolvimento (SPD), da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), que, no ano 2000, deu origem à instituição. “Essa roda nos dá muita esperança a partir dos grupos, coletivos e territórios apoiados ao longo desses anos. Hoje é uma travessia transformadora e alentadora. Principalmente porque estamos vivendo de forma muito brutal o racismo, o sexismo, a exploração de classe, o heterossexismo, o nacionalismo e a discriminação.”

Além da apresentação da publicação, o encontro também contou com intervenções artísticas de dois coletivos culturais e participação de representantes de grupos apoiados nas cinco áreas do Programa, que compartilharam suas trajetórias, ações desenvolvidas e seus resultados.

Da área de Direitos, Rildo Veras, do Movimento Gay Leões do Norte, de Recife (PE), contou um pouco sobre a experiência do projeto “Transformação na ação: construindo estratégias de Resistência LGBT”, realizado em 2019. Segundo ele, as atividades realizadas com o apoio resultaram no fortalecimento da rede LGBT, na rearticulação do conselho estadual LGBT e no monitoramento das violações dos direitos humanos da população LGBT, que não estava sendo cumprida de acordo com a Lei. “Agradecemos o apoio da FLD e da Escola de Formação Quilombo dos Palmares, que foram nossos suportes para que esses resultados acontecessem. A rearticulação dessa rede é fruto, sobretudo, da realização desse projeto.”

Da área de Justiça Socioambiental, Diana Daros, do Coletivo de Educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-RS), compartilhou sobre as ações desenvolvidas junto às escolas do campo através dos projetos “Agroecologia e Alimentação Saudável nas Escolas de Assentamento da Reforma Agrária”, de 2017, e “Educação e Agroecologia: Uma relação necessária no processo de formação dos educadores e educadoras das escolas da Reforma Agrária”, de 2019. Segundo ela, o apoio ajudou a fomentar um projeto de resistência de vida no campo. “Hoje podemos colher resultados que não prevíamos. Nós percebemos o engajamento de todas as nossas escolas e das famílias que vivem nos assentamentos nessa campanha nacional de solidariedade da doação de alimentos produzidos nos nossos assentamentos. A travessia é transformadora, é viva, é vida e é significativa, porque continuamos a semear esperança, fraternidade e muita luta.”

Da área de Diaconia, Jaqueline Kuster, do Albergue Martim Lutero, de Vitória (ES), contou sobre o projeto que executaram entre os anos de 2017 e 2018 chamado “Novos rumos do Albergue Martim Lutero: avaliar e planejar”. Jaqueline conta que, no processo de planejamento e monitoramento, a equipe se redescobriu enquanto organização da sociedade civil e instituição diaconal. “A gente percebeu que no albergue a missão pode ser muito maior do que só acolher. Existem questões que a gente precisa tratar lá dentro, como violências, preconceitos e racismos. Ali é um ambiente onde, sim, essas questões podem e devem ser discutidas.”

Da área de Justiça de Gênero, Maria Veronica Santana, do Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR/NE), relatou a experiência que o grupo teve em 2019, através do projeto “Mulheres rurais em marcha por nenhum direito a menos”, que envolveu a participação do coletivo na Marcha das Margaridas. “A gente tem muita ciência de que é preciso ocupar as ruas. Mais do que nunca, é preciso a Marcha das Margaridas marcharem até Brasília (DF). Esse foi um projeto muito importante, porque tem uma grandeza enorme quando a gente consegue reunir tantas mulheres e conversar sobre as nossas vidas.”

Da área de Justiça Econômica, Regina Aparecida Lima da Silva, da Cooperativa de Trabalho Mundo Mais Limpo, de São Leopoldo (RS), falou sobre a experiência na área da economia solidária, desenvolvida por meio do projeto “Protagonismo feminino, preservação ambiental e consumo responsável: consolidação do Trabalho da Cooperativa Mundo mais Limpo”, realizado entre 2017 e 2018. “O apoio veio num momento em que a cooperativa estava passando por muitas dificuldades. A nossa estrutura mudou bastante. Reformamos muitas coisas que precisavam, para estar hoje como está. Quanta transformação e quanta mudança.”

O Programa de Pequenos Projetos também apoia ações no âmbito cultural, e uma, realizada em 2019, foi o projeto “Filhas da Luta: Empoderamento das catadoras de materiais recicláveis por meio da música”. Renata Souza, integrante da Bloca Filhas da Luta, participou contando sua experiência e com uma intervenção artística, por meio do Xote do Catador. Segundo ela, o projeto tem tanto um lado voltado para dentro, onde em que se trabalha o fortalecimento das mulheres por meio de oficinas, como para fora, onde se leva a arte e se chama atenção para a causa. “A rua é um espaço muito importante de mobilização e de luta por direitos. Quando a gente vai pra rua, a gente poder fazer os gritos de guerra, entoar nossos cantos e chamar atenção.”

Outra experiência nessa área foi o apoio ao grupo In-Cena de Teatro, de Teófilo Otoni (MG), que este ano esteve realizando o projeto “Costurando Tretas”. André Luiz Dias, ator e diretor do grupo, também participou com uma intervenção cultural por meio da declamação de uma poesia e com dois vídeos que trouxeram a participação da atriz Araci Cachoeira, com a Canção da Alma, e de Saulo Lauar, com a música “Nos Bailes da Vida”.

Vídeos da Juventude e Economia Solidária (Juvesol), da Associação Diacônica Luterana (ADL), da ABEFI-Lar Padilha, da Frente Quilombola/RS e da Associação das Guerreiras Indígenas de Rondônia (AGIR) também fizeram parte da programação.

Veja comentários deixados na transmissão:

Claudete Beise Ulrich/Faculdade Unida de Vitória: Parabéns pela luta e pelos projetos apoiados pela FLD.
Lucineide Gomes /Associação Construção: O Apoio da FLD não se restringe ao valor financeiro em si, ele nos oportuniza Reflexões profundas sobre exercer a Cidadania com Consciência Social, Inclusão Social de Fato! #PortoAlegrePresente
Lucineide Gomes /Associação Construção: Nossa! Que encontro LINDOOOOOOO! Queremos mais e mais vezes interações deste tipo, @Angelique @Julia e todes da #FLD Somos CARENTES DE INTERATIVIDADE COM NOSSO POVO! #Gratidão.
Maribel Kauffmann: O Programa de Pequenos Projetos tem sido um diferencial positivo na trajetória dos Empreendimentos! Vida longa ao Programa de Pequenos Projetos! Gratidão à equipe FLD! TAMBÉM INSERIR ORGANIZAÇÃO EM Q ELA ESTÁ VINCULADA OU FGEPS
Raimundo Augusto: importante essa diversidade de experiências apoiada pela FLD e suas dimensões humanas com respeito às suas diferenças de intervenção social.
EPS Ecosol Mucuri: O Projeto Rede Ecosol foi um sucesso porque conseguimos articular em parceria com os empreendimentos solidários a presença de alguns gestores e vereadores para a criação da Lei de Economia Solidária.
Cybelle Rocha: nossa fui as lágrimas. que emoção.
EPS Ecosol Mucuri: LUTAR E RESISTIR SEMPRE! VIVA OS MOVIMENTOS SOCIAIS !
Vania Dienstmann: parabéns pelos belíssimos trabalhos desenvolvidos pelos grupos, com o apoio da FLD!
Maria Luiza Pinto Lemos Lemos: Parabéns a todos os envolvidos e pelo belíssimo trabalho desenvolvido pela FLD.
Jailma Oliveira da Nóbrega: Parabenizar em nome do SEAPAC, toda a trajetória dos PPP – FLD e a todas as organizações, parceiros/as e Publicação traz histórias transformadoras de projetos de lutas, resistências e mudanças


Para ler Travessias Transformadoras no Programa de Pequenos Projetos, clique aqui.

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