IECLB e Dia Mundial de Oração - DMO



ID: 2706

Mulheres olham para mananciais do deserto

06/03/2014

O Dia Mundial de Oração (DMO), que será lembrado amanhã, primeira sexta-feira do mês de março, centra olhares nos mananciais que Deus dispõe em desertos. O programa litúrgico foi preparado por mulheres egípcias, que não se furtaram de analisar a crise que o Egito viveu a partir das manifestações na praça Tahrir.


Depois de um período de intensos protestos no mundo árabe – conhecido como a primavera árabe – o povo egípcio, inclusive mulheres jovens, saiu às ruas para pedir justiça, liberdade e igualdade. A revolução de 25 de janeiro de 2011 significava uma mudança política, com a renúncia do presidente Hosni Mubarak e a instalação de autoridades civis no poder, trazendo esperanças para um novo Egito.

Dentro da região e em nível mundial, as mulheres do DMO sentem-se comovidas pela necessidade de oração e busca de entendimento nesse contexto de violência que se abateu sobre o Egito e na região. O material preparado para amanhã apresenta a história do país e o seu vasto legado cultural. Essa é uma história que começa muito antes dos tempos bíblicos e que cruza a história de salvação. No texto transparece o orgulho do comitê egípcio quando fala sobre a igreja de Abu Sarga, onde se diz que a Santa Família encontrou refúgio no Egito.

Desde a busca de Deus pelo faraó e o grito de Moisés - “deixa ir o meu povo”-, até Constantino, que converteu uma pequena religião marginal em religião do Império, chegando finalmente à aparição do Islã, o comitê DMO do Egito dirige sua mirada ao futuro e relata o que o povo egípcio e as igrejas esperam: justiça social e econômica, paz e segurança. Como elas dizem, “esses são os mananciais de Deus no deserto.”

Os mananciais no deserto estão projetados na obra de arte que o comitê DMO egípcio oferece. As egípcias inspiram o pensamento metafórico do tema. A mulher samaritana junto ao poço mantém uma conversa teológica com Jesus que culmina em ação, como reza o lema do DMO: informar-se para orar, orar para atuar. Jesus e a mulher souberam cruzar as fronteiras das suas diferenças religiosas e culturais, e construir um terreno comum que tornou possível que a mulher fizesse uma mudança em sua comunidade.

O poço é um lugar de encontro. Uma atividade como alternativa para a reflexão oferece a oportunidade na qual os mananciais no deserto podem chegar a ser metafórica e teologicamente significativos para a relação ecumênica local, que se experimenta no culto.

A mulher samaritana deixa seu cântaro atrás e volta com a água viva à sua comunidade. Comunicação, relação, cruzar fronteiras, afinidades e espiritualidade são como mananciais que derramam água em nossos solos sedentos.

A palavra hebraica para “poço” é a mesma que o verbo ver. O poço é o lugar de encontro para ser visto por Deus e o mensageiro de Deus que oferece a água viva! Nem sequer sabemos o nome desta mulher teóloga, mas conhecemos sua ação: trazer a comunidade ao poço de água viva.

Fonte: ALC
 

A misericórdia de Deus é como o céu, que permanece sempre firme sobre nós. Sob este teto, estamos seguros, onde quer que nos encontremos.
Martim Lutero
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