Pessoas afrodescendentes

Da negação da cultura ao diálogo intercultural

O processo imigratório do século XIX - a partir do qual surgiram as comunidades evangélicas luteranas no Brasil – teve como uma de suas motivações de fundo a intenção e a necessidade de substituir a mão-de-obra escrava. Havia por parte da elite dirigente do país o receio de que pudessem irromper revoltas (a exemplo da Revolução do Haiti em 1805) que pudessem colocar em risco o sistema produtivo baseado no trabalho escravo.

Em termos comparativos os imigrantes tiveram privilégios e regalias. Tiveram acesso à terra e uma série de incentivos nunca estendidos à população afro-descendente nem mesmo depois de sua libertação formal em 1888. Existe uma dívida histórica com este segmento que entrementes tornou-se a maioria da população brasileira. As comunidades muitas vezes desenvolveram um sentimento de superioridade cultural com grandes marcas de preconceito.

A partir de impulsos externos e a partir de desafios internos prosperaram nas últimas décadas algumas iniciativas que procuram ir ao encontro da população afro-descendente. Estudantes de teologia organizaram grupos de estudo e de diálogo, patrocinaram vários seminários públicos (Igreja de Portas Abertas) e editaram materiais para reflexão sobre negritude e fé cristã.

Num contexto de ações afirmativas o setor diaconal da Igreja desenvolve um trabalho de geração de renda e de resgate cultural junto a populações quilombolas no sul do Rio Grande do Sul.

Por sua vez a IECLB participa da Comissão Nacional Ecumênica de Combate ao Racismo (CENACORA) desde a sua fundação no final da década de oitenta do século passado.
 

Como um perfume que se espalha por todos os lugares, somos usados por Deus para que Cristo seja conhecido por todas as pessoas.
2Coríntios 2.14
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