História de vida de Vera Tribess Baldus

30/03/2015

 Nome: Vera Tribess Baldus

Tempo de participação na IECLB: desde o Batismo

Comunidade: Tangará da Serra

Paróquia: Tangará da Serra

Sínodo: Sínodo Mato Grosso


Nasci em 1951, em Ijuí/RS, onde fui batizada na Igreja Luterana. Os bisavós, avós e pais participaram na divulgação e integração das comunidades, tanto no Rio Grande do Sul como em Blumenau/SC. Em 1954, nos mudamos para Pato Bragado/PR e, logo depois, para Nova Santa Rosa/PR. Foi nesta Comunidade que comecei a participar dos cultos. Éramos atendidos pela Paróquia de Toledo e depois passamos a integrar a Paróquia de Maripá, da qual meu pai era um dos fundadores. Morávamos distante da Igreja e, muitas vezes, íamos a pé ou de carroça puxada por bois ou cavalos, tamanha eram as dificuldades das estradas e da vida.

Participei do Culto Infantil antes de frequentar a escola. Lembro-me que declamávamos poesias em alemão e que tive a ajuda de minha avó Elizabeth para decorá-las. Ela também participava da OASE quando o tempo e a saúde permitiam a caminhada de 11 km. No Ensino Confirmatório, a orientadora era a Professora Azilda Röpke e os encontros aconteciam aos domingos. Mais ao final, o P. Klaus vinha uma vez por mês para nos instruir com o Catecismo e a Bíblia, que somente ele tinha acesso. Após a Confirmação, ingressei na Juventude, onde fui secretaria por muitos anos e participei da organização de diversos Congressos da Juventude Evangélica. Encontros estes, que eram esperados com grande alegria, pois integravam grupos de diferentes Paróquias.

Minha mãe Rosa, com filhos pequenos e tendo um filho com deficiência física, não conseguia participar das atividades comunitárias. Então, sendo a filha mais velha, coube a mim o papel de acompanhar meu pai, Sr. Freymund Tribess, durante o período em que ele foi Presidente da Comunidade de Nova Santa Rosa coincidindo com a construção da casa paroquial, a instalação dos sinos e a construção da Igreja. Colaborei no Culto Infantil, na JE, na organização das festas da comunidade preparando cucas, saladas e brincadeiras, entre outras atividades.

Em 1972, me casei com Adelberto que tinha vindo do Rio Grande do Sul. Sua família também era luterana. Logo, ingressei na OASE e, mais tarde, batizamos nossas filhas na Comunidade. Em 1979, nos mudamos para o interior de Amambaí/MS. Sentimo-nos perdidos sem a Igreja. Fazia falta a participação para nós e para as meninas que estavam acostumadas com o Culto Infantil. A comunicação era difícil naquela época. Certo dia, meu esposo foi para a cidade e viu um carro com a sigla IECLB. Seguiu o carro e descobriu a localização da Igreja, com instalações bem precárias. A comunidade era atendida pelo Pastor Ivo, que residia em Amambaí. O P. Ivo e a família foram nos visitar algumas vezes na Fazenda e assim nos integramos à Comunidade de Amambaí. Lá também foram batizados os nossos outros três filhos.

Em 1984, nos mudamos para o interior de Tangará da Serra/MT. Fomos integrados à Comunidade por um casal de amigos (Leda e Erotides). E, assim, sempre que às condições das estradas nos permitiam, íamos à cidade para participar da Comunidade, um trajeto de aproximadamente 25 km. Nessa época, muitas foram às vezes que este casal nos buscou para podermos participar dos cultos. Depois, mudamos para o distrito de Progresso, o que facilitou um pouco o acesso à Igreja. Muitos cultos e estudos bíblicos foram realizados em nossa casa. Participei muito pouco da OASE, pois trabalhava 40 horas semanais como professora e tinha poucas condições financeiras e de locomoção. Mas, muitas vezes, colaborei nos eventos e participei dos encontros inter-paroquiais e sinodais que aconteciam nos finais de semana.

Também nossos filhos fizeram um esforço para poder participar do Ensino Confirmatório, da Juventude Evangélica, do Presbitério e demais atividades da Comunidade, pois era necessário conciliar a questão financeira com os horários de ônibus e uma boa caminhada sob o sol forte ou a chuva. Na Comunidade, nossos filhos foram confirmados e receberam a bênção matrimonial, os netos foram batizados e celebramos a ordenação ao ministério pastoral de minha filha e a despedida de meu esposo. Contamos muito com a ajuda dos pastores e de suas famílias e, esse apoio, foi fundamental. Assim, os anos passaram, os filhos cresceram, estudaram e se formaram. Cada um procurou o seu trabalho, uns por perto e outros mais distantes. O importante é que todos seguem participando da vida comunitária.

Aproveitei a oportunidade e cursei Pedagogia pela UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso e logo ingressei na Pós-Graduação em Alfabetização. Conclui o mesmo em 2006. Em 2007 precisei cuidar da saúde. Depois de alguns exames e de cirurgia fui surpreendida com o diagnóstico de câncer de mama. Após uma série de exames, decidi que o tratamento seria feito em Cascavel/PR. Depois de uma nova cirurgia, radioterapia e fisioterapia, aproximadamente seis meses de tratamento, voltei a Tangará da Serra/MT para conciliar o trabalho e as consultas a cada 90 dias em Cascavel. Após cinco anos, recebi alta. Seis meses depois, o câncer se manifestou em forma de metástases nos pulmões e logo iniciaram as sessões de quimioterapia a cada 20 dias, em média. Nesse tempo, fui acolhida na casa da filha e do genro novamente. Ao completar o tratamento, exames comprovaram que o câncer foi vencido novamente. Durante o tratamento, o apoio da família e das comunidades foi fundamental, através das orações, do incentivo, da força que brotava da esperança. Muitas foram as pessoas que me acompanharam no tratamento, através da própria presença e de mensagens e de contatos telefônicos no caso das pessoas distantes. O tratamento seguirá por um longo tempo ainda, com consultas trimestrais em Cascavel. Fica um agradecimento especial a todas as pessoas que me acolheram e oraram pela minha recuperação, pois a união em oração também faz a força.

Todo esse caminhar na Igreja me proporcionou uma segurança e um testemunho espiritual que se concretiza nas ações no dia-a-dia com toda a família. Agradeço a Deus por todas as bênçãos recebidas. Alegro-me, se a minha experiência na Igreja pode colaborar para este mutirão que reconta a participação de mulheres na história da IECLB. E que, minha (nossa) história, sirva de motivação para a participação, o apoio mútuo e redes de orações, fortificando cada pessoa no seu agir e pensar segundo a fé em Jesus Cristo.


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