2001 - uma odisseia no espaço

01/12/2000

2001 - uma odisseia no espaço

• Artur Sanfelice Nunes •

Quem não conhece esse título? Quantas coisas já foram pensadas e programadas para depois de 2001? Pois é, e o ano 2001 já está aí... Este é o ano que parecia que nunca iria chegar, de tão longe que parecia estar.

E agora? No livro de Arthur C. Clarke, em 2001 os homens viajam rotineiramente pelo espaço, os computadores pensam e falam conosco em viva voz e até enlouquecem e tem paranoias. Ali também é criada toda uma série de mitos e imagens que hoje nos parecem tão normais, mas que em sua época foram consideradas absurdamente fantasiosas e/ou irrealizáveis. Quer saber de uma? Um computador que fosse capaz de gerenciar sozinho todo um voo espacial, de administrar o oxigênio da nave e (absurdo maior!) jogar xadrez com seres humanos... e hoje em dia isso é comum, não espanta ninguém. Por outro lado, não há viagens rotineiras ao espaço, não moramos em outros planetas e continuamos a ter aqueles velhos problemas de sempre, aqui mesmo em nosso planeta-mãe, a Terra. Nos livros de ficção cientifica dessa época, os robôs são figura constante, seres de outros planetas são familiares, o ser humano está em constante evolução, e a sociedade já alcançou a paz. Hoje em dia, e no ano que vem, sem dúvida, ainda não teremos robôs em todos os lares, ainda não teremos vizinhos alienígenas e a paz continuará a ser uma luta constante...

O futuro, que parecia tão distante (o livro é do início da década de 70), agora está aqui, e será que nós estamos preparados para ele? Será que o ser humano continuará a viver como sempre tem vivido ou precisará mudar seus hábitos? Claro que teremos que aprender, urgentemente, a viver de forma diferente, a ser mais solidários, mais companheiros, mais cuidadosos com a ecologia, mais sábios e mais estudiosos. E não só porque isso é bom, mas porque, caso contrário, seremos uma espécie extinta, uma lembrança em nosso planeta. Mas será que é só isso que podemos tirar de uma obra tão famosa? Será que o livro de Arthur Clarke (e o filme de Stanley Kubrik) serve apenas como uma chamada a essa conscientização?

Na verdade, mais do que tratar de futuro, o livro trata de questionar a respeito de nosso surgimento como seres pensantes e conscientes, de nosso desenvolvimento social e espiritual, pois toda a sua trama se dá em torno de uma busca a essa indagação que todos nós temos e fazemos em algum momento de nossas vidas: Quem sou eu, por que estou aqui e para onde vou? No livro, a resposta está em um monolito negro, descoberto na face oculta da lua (claro que não pretendo contar mais nada; espero que você leia o livro, que é fantástico, e assista o filme, que é uma obra-prima). Porém é importante que pensemos sempre nessas perguntas que a obra nos propõe e nos lembremos de que (e aí não é ficção científica) nós vivemos sozinhos, numa gigantesca nave espacial, que orbita a estrela chamada sol e que precisamos uns dos outros e também de nossa nave-mãe. Que cuidemos bem uns dos outros, e da Terra também. Amém.


O autor é arquiteto e designer gráfico, e reside em Porto Alegre, RS


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Autor(a): Artur Sanfelice Nunes
Âmbito: IECLB
Título da publicação: Anuário Evangélico - 2001 / Editora: Editora Sinodal / Ano: 2000
Natureza do Texto: Artigo
ID: 32967
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